Infelizmente, a média de preços dos vinhos de maior peso qualitativo é alta no Brasil.

Com este artigo, encerro a série sobre os vinhos do Uruguai e cito os mais novos empreendimentos. A Bodega Cerro del Toro é um projeto de uma família japonesa, iniciado em 2016 em Piriápolis, bem próximo a Punta del Este, nos pés do Cerro del Toro, com uma altitude bem destacada em relação à média uruguaia. Os solos apresentam composições distintas, mas a mineralidade típica de Maldonado também está presente ali e a gente pode sentir isso nos vinhos. A bodega tem uma bela vista e no local dos vinhedos ainda não há uma sede, apenas um pequeno restaurante para recepção de turistas. Algo meio improvisado ainda, mas gostei muito dos poucos vinhos que degustei. Há um trabalho efetivo com a Albariño e uma diversificação interessante de cepas.

Já a Bodega Oceânica está localizada no povoado de José Ignácio, que compõe o seu nome e se tornou um lugar badalado atualmente nas proximidades de Punta. O projeto começou inicialmente com a proposta de produção de azeite, ainda o principal foco produtivo, que aos poucos se direciona aos vinhos.

O local é muito bonito, de organização impecável, dentro de conceito paisagístico. Ali natureza, arte, arquitetura e produção estão integradas de modo muito harmônico. Pode-se visitar a produção de azeites e a de vinhos. Os vinhos seguem uma linha mais moderna, privilegiando um perfil fresco e elegante. O vinho ícone da casa é um Pinot Noir, que não cheguei a degustar. O enólogo consultor é o sul-africano Hans Vinding Diers, que cresceu em Bordeaux e tem grande trânsito internacional.

Outro projeto mais recente é a Viña Éden, que estava fechada no período da minha visita. Empreendimento grandioso, que tem como um dos sócios idealizadores o carioca Maurício Zlatkin e se localiza no povoado Éden, também próximo a Punta del Este. A primeira safra saiu em 2013.

Abaixo, uma seleção de rótulos uruguaios, especialmente das vinícolas recém-visitadas. Infelizmente, a média de preços para os vinhos uruguaios de mais peso qualitativo é alta no Brasil e até mesmo nas próprias vinícolas. Fiz uma seleção que mescla cortes mais tradicionais com bom preço/qualidade, alguns vinhos ícones que merecem ser conhecidos, a despeito do valor e algumas novidades, em termos de uvas e cortes menos associados ao Uruguai.

Cerro de Guazuvirá Familia Deicas Extreme Vineyards – Lavalleja

Preludio Barrel Selection Familia Deicas 2016 – Canelones

Riesling Bouza Pan De Azucar 2020 – Maldonado

Monte Vide Eu Bouza 2018 – Canelones E Montevideu

Tannat Reserva Pizzorno 2020 – Canelones

Primo Pizzorno 2015 – Canelones

Petit Manseng Gran Reserva Juan Carrau 2018 – Canelones

Vilasar Nebbiolo Bodegas Carrau 2015 – Canelones

Gran Ombú Cabernet Franc Bracco Bosca 2017 – Atlantida

Alquimia Cerro Del Toro Corte Único Branco 2021 – Maldonado

Cetus Cuvée Alto De La Ballena 2013 – Maldonado

Albariño Garzon Single Vineyard 2021 – Maldonado

Marselan Garzon Reserva 2020 – Maldonado

Ámbar Bodega Oceánica José Ignacio 2021 – Maldonado

De Lucca Marsanne Reserva 2019 – Canelones

Pisano Arretxea Gran Reserva 2015 – Canelones

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