Reunimos para mais um encontro da Confraria Scala Dei. Dessa vez o tema foi
Vinhos dos EUA e escolhemos o Rubaiyat como local, pelo conforto do espaço, pela
bela vista do Jockey e pelo predomínio de vinhos tintos mais encorpados, que
harmonizam bem com seus cortes de carnes.


A seleção dos vinhos estado-unidenses não deixa de ser um certo desafio pela
relativa baixa disponibilidade no mercado brasileiro, se considerarmos que se trata
do quarto maior produtor mundial, e pelo custo alto de seus vinhos mais
consagrados. Busquei garimpar opções que pudessem apresentar um pouco de sua
diversidade e de sua qualidade em valores medianos. Posso dizer que se trata de
uma seleção representativa do que há de melhor preço/qualidade aqui no mercado.
Foram 10 rótulos, sendo que quatro brancos e seis tintos de três principais grandes
regiões vitivinícolas: Califórnia, Washington e Oregon. Gostaria de ter incluído algo
da Costa Leste, estado de Nova York, mas ainda é muito raro por aqui.

Dentre os brancos, resolvemos explorar outras variedades de uvas além daquele
Chardonnay barricado, que é mais senso comum na produção californiana e
tivemos boas surpresas com o Sauvignon Blanc do Robert Mondavi, um perfil mais
herbáceo, mas nada excessivo, com certa untuosidade em boca e um final de certa
profundidade. O Pinot Gris, variedade predominante no Oregon, também apresenta
mais exuberância aromática e estrutura do que alguns Pinot Grigios simples
italianos e californianos e o Riesling mostrou que se aclimatou muito bem em
Washington, num estilo intenso e mineral. Esta também é a casa do Cabernet
Sauvignon Chateau Sainte Michelle 2015, que entrega um vinho com muita fruta
ainda e estrutura elegante. Esta também foi a variedade de uva do melhor rótulo
tinto, na minha opinião: o Educated Guess Cabernet Sauvignon 2018, do Napa
County.

A pouco conhecida uva Petite Sirah (cruzamento entre Peloursin e Syrah) também
foi degustada. Um vinho para quem gosta de vinhos bem encorpados, com muitas
notas de frutos negros compotados e especiarias doces. Tivemos um Pinot Noir, de
Willamente Valley, fruto de um projeto da Maison Joseph Drouhin, da Borgonha, no
Oregon. Um Pinot Noir de entrada delicioso, pleno de frutas vermelhas e delicadeza.
A emblemática Zinfandel não poderia faltar, mas escolhi ela em corte com outras
variedades francesas, no famoso The Prisoner Red Blend 2021. Um vinho com
15,5% de álcool, que não me agradou muito pelo seu perfil meio seco e
aparentemente mais manipulado.

JOEL GOTT PINOT GRIS 2021 – WILLAMETTE VALLEY, OREGON (CANTU)


R. MONDAVI FUMÉ SAUVIGNON BLANC 2019 – NAPA VALLEY, CALIFORNIA
(INTERFOOD)


EROICA RIESLING CH STE MICHELLE 2019 – COLUMBIA V., WASHINGTON (GRAND CRU)


CÔTES DE TABLAS BLANC 2019 – PASSO ROBLES, CALIFORNIA (MISTRAL)


CLOUDLINE PINOT NOIR D.DROUHIN 2018 – WILLAMETTE VALLEY, OREGON
(MISTRAL)


HALSTEAD MERLOT 2015 – MONTEREY, CALIFORNIA. (WINE LOVERS)


CABE.SAUVIGNON CH STE MICHELLE 2015 – COLUMBIA, WASHINGTON (GRAND CRU)


BOGLE PETITE SIRAH 2016 – LODI, CALIFORNIA (WINE LOVERS)


THE PRISONER RED BLEND 2021 – NAPA VALLEY, CALIFORNIA


EDUCATED GUESS X CAB. SAUVIGNON 2018 – NAPA COUNTY, CALIFORNIA (WINE LOVERS)

Deixe um comentário